Os educadores da rede estadual de ensino do Rio Grande do Sul decidiram entrar em greve em assembleia realizada no último dia 13 de maio. A categoria luta contra a precariedade no ensino, que só se aprofunda com a política de rebaixamento de direitos aplicada pelo governador José Ivo Sartori (PMDB).
Indo no mesmo sentido da luta e para manifestar apoio à greve, os estudantes do Rio Grande do Sul também estão ocupando escolas por melhorias na educação e com uma pauta e que converge com as reivindicações dos professores. Até esta sexta (20) são cerca de 150 instituições ocupadas com a exigência de mais verbas para merendas mais investimento na estrutura das instituições.
A professora e também integrante da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas, Neida Oliveira, reforça que as ocupações foram um importante impulsionador para que a greve avançasse e se fortalecesse. “Nosso trabalho é tentar fortalecer a greve e apoiar as ocupações que tem uma meninada com muita vontade e que se espelharam em outras ocupações pelo país, sobretudo, Rio de Janeiro”, reitera.
“Os alunos se auto-organizaram e decidiram ocupar a partir de uma situação insustentável nas escolas, com falta de coisas básicas como papel higiênico chegando até a pauta mais especificas dos professores. Hoje temos cerca de 50% de adesão à greve que cresce a cada dia assim como o aumento das ocupações, uma luta fortalece a outra”, finaliza.
Reivindicações
Parcelamento e atraso nos salários e no 13° terceiro, além do não pagamento do piso que já está defasado em quase 70% são alguns dos motivos listados pelos educadores para fazer a greve.
O corte e congelamento dos salários e o sucateamento das escolas, fruto do ajuste fiscal, foram também outros elementos decisivos para que a indignação dos professores ganhasse peso e se transformasse em mobilização.
Como parte desse pacote, o governo ainda ameaça com a tentativa de privatizar as escolas públicas por meio da contratação de organizações sociais. Isso já acontece em hospitais públicos e só provoca mais precarização, com aumento da terceirização e rebaixamento de salário. Quer ainda tentar impor goela abaixo o PL 257 que em síntese condiciona a renegociação da dívida dos estados com a União com a retirada de direitos dos servidores.
Fonte: CSP-Conlutas